domingo, 6 de dezembro de 2015

Entenda porque Impeachement não é Golpe.









               Na contramão do que alguns políticos querem caraterizar, assim como alguns jornalistas e "intelectuais" de esquerda é preciso que fique claro que impeachement não é golpe. Pelo contrário, é um remédio constitucional fruto de uma democracia madura, uma oportunidade dada ao povo, através de seus representantes, de retirarem do poder o presidente que já não lhes representa os anseios.
             Assim, ser eleito democraticamente,  significa sim, poder ser exposto a um processo de impedimento, com base jurídica legal e em nada abalando as estruturas democráticas do pais. Podendo representar, na verdade, o poder e soberania do Povo, pois é licito a qualquer cidadão apresentar ao congresso um pedido de impedimento, cabendo ao presidente da câmara apenas aceita-lo ou não, independente de suas motivações.
                A partir da aceitação, inicia-se um amplo processo de avaliação com direito a defesa e contraditório nas duas casas. Lembro que  FHC foi alvo de 17 pedidos de impedimento, um foi aceito, Lula, 34, nenhum foi aceito. Dilma teve 42 pedidos e somente o ultimo foi aceito para apreciação da casa.
                    Agora a decisão será puramente política e o fator que mais deve repercutir nas decisões e convicções dos deputados serão os "ecos das ruas". Com 67% de rejeição, manifestações agremiando mais de 2 milhões de participantes em via pública e um cenário de crise econômica, a governabilidade da presidente está em cheque, em um pano de fundo semelhante ao vivido pelo ex-presidente Collor.
                     No parlamentarismo, o primeiro ministro ao perder a governabilidade junto a câmara automaticamente está deposto, pois depende fundamentalmente desse para o exercício de seu governo, sendo natural o impedimento deste nessas situações. No presidencialismo, o processo é mais árduo, pois envolve o arrependimento sincero daqueles que elegeram o chefe do executivo, sendo um processo mais traumático e doloroso para os que desfrutam das benesses do poder. 

Todo poder ao Povo!!

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Saúde ou sociedade em Colapso?








                           Porque vivemos uma crise no sistema de saúde brasileiro? O velho clichê político insiste em afirmar que o problema é financiamento, alguns mais estudiosos certamente falarão que o maior problema é a má qualidade gestora. Ambos estão certos e errados ao mesmo tempo. De fato, nosso modelo de sociedade sempre exigirá custos crescentes  para manutenção desse sistema, sendo portando insustentável no longo prazo, assim fatalmente colapsará. Na outra vertente, de fato existe uma incompetência para gerenciar os parcos recursos existentes, foram anos de  gastos sem estudos, sem definições de prioridades com evidências, sendo o principal  guia a pasta política em detrimento das necessidades da sociedade. Contudo, no atual modelo, mesmo a frente os melhores executivos de saúde, o sistema também não resistirá. Mas afinal, que modelo doente é esse?
                   O modelo de saúde nada mais é que o reflexo da sociedade e sofre dos mesmos problemas sistêmicos que a educação e a questão da violência crescente. A base para o problema dos 3 setores é comum: O desrespeito a vida. Como assim? Nessa sociedade o que é valorizado é o consumo em detrimento da necessidade, o excesso de conhecimento sem utilidade, os recursos concentrados nas mãos de poucos e a falta de comprometimento ético  das relações humanas,  sendo os interesses individuais  de poucos sempre se sobressaindo as necessidades coletivas.
                         As escolas viraram locais para "deixar os filhos", os educadores se transformaram em professores pragmáticos, a saúde em fútil mercadoria de consumo e o homicídio banal. E ainda existem pessoas que acreditam que resolveremos o problema da segurança com mais policiais e armas, mesmo sabendo do exército de miseráveis que vivem ao nosso redor, algo em torno de 700 mil em Fortaleza.
                        Não há saída, precisaremos reconstruir tudo  com foco no respeito a vida e a dignidade humana. Só faz sentido escolas que ensinem as crianças a amar a servir ao bem comum, ao invés de projetar nas crianças um padrão de sucesso  financeiro competitivo e acirrado, o que tem sido causa do crescente número de doenças mentais, um a cada dois seres humanos terão depressão nesse modelo de sociedade.
                    Se não mudarmos o padrão de consumo,  com hábitos alimentares e de vida mais simples, comportamento ético, focado no bem comum e sentimento de comunidade, presenciaremos o colapso de nossa humanidade, doentes organicamente e mentalmente, um exército de zumbis focados apenas em satisfazer suas necessidades mais primitivas.
                  A crise do sistema de saúde pública jamais será resolvido olhando apenas para  o SUS, será preciso antes a sociedade definir melhor suas prioridades com foco na vida humana, o recurso investido que não agregar valor a vida, deve ser considerado desperdício e automaticamente redirecionado para este fim. Enquanto não compreendermos isso, toda modificação será apenas  uma falácia de curto prazo.

Oratória MBA FGV




DISCURSO DE CONCLUSÃO DA 1 TURMA DE EXECUTIVOS DA SAÚDE DA FGV CEARÁ


Orador:  Breitner Chaves

            Custos crescentes e insustentáveis, inabilidade técnica gestora, visão de curto prazo, má qualidade dos serviços, insatisfação dos usuários, erros  assistenciais graves, todos esses são apenas alguns do complexos problemas daquilo que se tornou o sistema  de saúde brasileiro, o SUS. Um verdadeiro gigante desconfigurado em relação ao  modelo de proteção social proposto no pós-ditadura, idealizado como fruto do sonho dos reconquistadores da liberdade em várias esferas da sociedade. Mas afinal, como os executivos da saúde irão lidar com esse cenário no século 21?
                 O primeiro passo acabamos de concluir, ousamos sair da zona de conforto de nossas áreas assistenciais para nos capacitarmos tecnicamente para o enfrentamento desse desafio. Contudo, para a resolução sistêmica desses problemas ainda nos serão necessários algumas ponderações.
                  Por muitos anos acreditamos no modelo mental, politico, biológico e filosófico cartesiano. Causa e efeito, correlações de fatores, explicações matemáticas do mundo e das relações de suas partes. Fomos forjados na máxima newtoniana em que as partes explicam o todo, a famosa “Máquina do mundo” guiou toda nossa base social. Para piorar, mecanizamos até nossas relações humanas, e tentamos, a todos custo, encaixar a vida na “curva em forma de sino”( Curva de Gauss) que não passa de um modelo matemática teórico, muito distante da vida real e dos fenômenos sociais.
             O comando e controle taylorista das unidades de saúde já não é capaz de lidar com a realidade complexa dessa década e muito menos das próximas. O setor  saúde exige pensadores sistêmicos, homens e mulheres que apontem novos caminhos, novos modelos. Lideranças criativas e inovadoras, dispostas a proporem uma verdadeira revolução no setor.
                   Heisenberger, físico alemão, diante da ainda incipiente descobertas do mundo subatômico em sua época falou: “O que nós observamos não é a própria vida, mas a vida exposta ao nosso método de indagação”. Ele falou isso referindo-se ao estranho comportamento do elétron, que ora se comportava como matéria (partícula), ora como onda, dependendo da forma como o observarmos. Essa descoberta fez com que mente e matéria deixassem de ser insolúveis como imaginou descarte. Com base no mundo subatômico, a mente do observador poderia alterar a própria realidade, moldar o comportamento da matéria. Uma ruptura de paradigma sem precedentes.
                  Trazendo para nossa realidade, questiono-me se, diante de todos esses problemas, estamos fazendo  a pergunta certa, observando pelo ângulo correto? Talvez estejamos tão focados procurando soluções para o ciclo processos, custeio, financiamento que dedicamos pouco tempo para refletirmos estrategicamente sobre as perguntas chaves, aquelas atinjam o núcleo central dos problemas.
                O novo executivo muito mais que um engenheiro de soluções, deverá ser hábil na arte de realizar  perguntas incisivas, cirúrgicas, no momento certo. A boa pergunta, transforma a resposta irrelevante e pequena. Nessa perspectiva, modelos de causa e efeito fazem muito pouco sentido.
                Antes de qualquer avanço real, teremos que responder algumas questões nucleares, como por exemplo: Porque  nosso modelo de saúde não respeita a vida humana? O que nos faz considerar normal seres humanos nesse exato momento morrerem em corredores de hospitais de forma indigna? O que verdadeiramente nos impede de construir um sistema ético, ou seja, focado no bem comum? Perguntas desafiadoras destroem paradigmas e transformam o mundo.  Na obra pequeno príncipe, encontramos uma exortação desconcertante e que cabe adequadamente nos dias de hoje: “O essencial é invisível aos olhos, e só é possível se vê bem com o coração”

            Tenho certeza que esse grupo de executivos, guiados pela convicção de seus corações, alinhado com suas capacidades técnico-cognitivas, sairá daqui preparado para a busca de soluções sistêmicas ante os problemas complexos que esse novo século  exige. Somos uma equipe, conectados, a frente de diferentes instituições, conscientes de nossos papeis na construção de um mundo melhor, mais sustentável, ético e humano.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Diálogos de uma lápide.



                        





                           Muitos temem pensar em  seu fim, mas entendi que eu sou um hiato entre a vida e a morte. Resolvi escrever poesia após compreender que mais importante que "salvar vidas" é cuidar de todas as formas de vida. Resolvi pensar no que estará escrito em minha lápide para moldar todo meu comportamento nessa passagem. Lá é onde escrevemos nossa ultima poesia, aquilo que foi mais importante  para você em vida, por isso é um assunto que levo muito a sério. Parei de sofrer com o carpe diem, pois ele gera  muita ansiedade, prefiro pensar como rubem alves, "há momentos efêmeros que justificam um vida inteira". Nesse momento estou em gramado, minha filha sorri ao levar as mãos aos olhos acreditando ficar invisível,  aponta sorrindo para as aves, imita todos os animais, esconde-se entre colunas, ensaia um "papa"... são pequenos momentos como esses  que tornam a vida eterna. Uma pena  que poucas pessoas escolherão a ultima poesia, a última sonata. Depois de muito pensar decidi, quero que em minha lápide esteja escrito assim:

                   "Aqui adormece um homem que devolve a natureza a beleza que ela lhe emprestou
                                                                 Dialogou com a vida
Foi amante da terra e dos pássaros
Encantou-se com todas as sutilezas das vegetações
Queimou de paixão
Amou, amou e amou"


quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Sonho Impossível!










O impossível é suas crenças pessoais na defesa da nossa zona de conforto. Quanto mais acreditamos nele, mais o ego nos lança no mar da indiferença para defender nosso self de qualquer sofrimento. Permita-se sonhar absurdos, abuse da imaginação, sonhe grande e ultrapasse o limite do impossível. Seja sublime  e levite sobre os ombros dos poetas.


Queria eu mesmo ser a poesia de Fernando Pessoa e respira-la diariamente, Sonho Impossível:


Eu tenho uma espécie de dever,
de dever de sonhar, de dever de sonhar
de sonhar sempre,
pois sendo mais do que
um espectador de mim mesmo,
eu tenho que ter o melhor espectáculo que posso.
E assim me construo a ouro e sedas,
em salas supostas, invento palco, cenário,
para viver o meu sonho
entre luzes brandas
e músicas invisíveis.
Sonhar mais um sonho impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite provável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar este mundo, cravar este chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã se este chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu
Delirar e morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão".


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Como a sua indiferença corrompe a humanidade?










"Salva-me, Senhor, do horizonte 
sem estímulo ou recompensa 

onde o amor equivale à ofensa. 
De boca amarga e de alma triste 

sinto a minha própria presença 
num céu de loucura suspensa. 

Já não se morre de velhice 

nem de acidente nem de doença, 
mas, Senhor, só de indiferença"
Cecília Meireles


                        Se há algo que me incomoda imensamente, até mais que o ódio é a indiferença. O amor e ódio possuem uma base comum,  o se "importar com algo", não são antagônicos como se imagina, mas semelhantes, apenas ocorrendo por motivações diferentes em um determinado momento. 
                  É bem verdade que o contraponto do amor não é o ódio, mas a indiferença. Ao sermos indiferentes, renunciamos nossa condição de agentes de transformação do mundo, nos enclausuramos em nossa "zona de conforto", renegando nossa afetividade e o viver. 
                      Estava certo Luther King em seu pranto: "O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética, O que me preocupa é o silêncio dos bons". King sabia o peso da indiferença do bons. Ele sabia que esta provoca assimetrias sociais e constroem monstros poderosos e de difícil controle, sendo a essência da desumanidade.

                    Gramsci também opina sobre a afetividade apática ao dizer: "A indiferença é o peso morto da história. É a cadeia de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam amiúde os mais esplendorosos entusiasmos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor que o peito dos seus guerreiros; porque engole em seus pântanos lamacentos os seus assaltantes, os dizima e desencoraja e, às vezes, faz com que desistam da ação heróica'

                     A indiferença é contra a natureza do universo que está em eterna expansão. A evolução só ocorre porque a própria natureza arisca-se a reinventar-se, lançando-se sob os riscos da imperfeição, das contingências biológicas e hereditárias para construir algo novo.
                       Você não nasceu para a indiferença, você foi criado para amar intensamente, com todo fervor, com  todas as suas forças. Desejo que seu amor seja sempre direcionado para a construção de um mundo mais equilibrado, ético e humano, e rogo para que você nuca seja abatido pela infernal indiferença, pois não é apenas castigo para a carne, mas a própria prisão da Alma.

sábado, 19 de setembro de 2015

O que mais temo na morte?











                      Ao contrário do senso comum, o que mais me deixaria tranquilo ao morrer seria se realmente esta representasse  o fim de tudo. Afinal, nesse cenário eu mesmo teria construído o significado da minha inexplicável vida, uma mera obra do acaso, sem qualquer responsabilidade por qualquer coisa ao meu redor. Minha vida teria  sido minha própria teologia, acreditando no que me convém, eu teria sido o senhor de mim mesmo, seguindo as receitas da filosofia secular e do estilo 'carpe diem'. Sim, eu teria sido meu  Deus e minha vida um culto a este, com a lógica e a razão  minhas liturgias sagradas.

                       Contudo, em verdade o que mais me faz temer na morte é considerar que esta não é de fato o fim, que todas as minhas premissas eram falsas, toda a vida uma ilusão. Receio saber que não existia esquerda, nem direita e todas as correntes ideológicas eram tremendas inutilidades. 
Seria desconcertante ver que toda a minha vida não fazia sentido e o direcionamento lógico que dei a a ela uma verdadeira piada. Seria duro vê minhas máscaras caindo e as amargas muralhas sentimentais  que tanto lapidei indo a abaixo junto com meu orgulho em um simples piscar de olhos.
                     Temo imensamente vê  em retrospecto minhas atitudes egoístas e ter deixado muitas vezes de ter sentido indignação diante da pobreza, da fome e toda forma de injustiça social para me sentir mais confortável.
                       Sofro  em pensar que não lutei incansavelmente pela única coisa que valia a pena, amar ao próximo e a si mesmo. Se não existir um fim, descobriria que nada possuí, nem bens materiais, nem mesmo minha família, nem filhos,  que tudo era fragmentos do caminho, um grande processo de aprendizado.
                  Por fim, temo, nesse contexto da morte, descobrir verdadeiramente quem  Eu Sou, sem cortinas, sem sombras ou jogos de luzes, simplesmente eu desnudo diante de mim mesmo e o quanto poderia ter feito tudo tão diferente.
                      Portanto, considerando minha condição humana, rogo a Deus que exista um fim, que simplesmente voltemos ao pó, pois seria menos doloroso do que enfrentar a verdade do universo em detrimento de nossa pequenez racional. Descobrir que minha realidade construída não é um verdade seria pesaroso demais, uma segunda morte.  Voltando ao pó, a morte, portanto, seria mais suave.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

A filosofia da felicidade!




"Acusar os outros das suas infelicidades é  tolice, responsabilizar-se a si próprio por todas as contrariedades é coisa de um homem que começa a instruir-se; e não culpabilizar ninguém, nem tão pouco a si próprio  já é compreensão de um homem perfeitamente instruído". ( Epiteto)




           Como viver uma vida plena e feliz? Como ser uma pessoa com boas qualidades morais? Como a Ética contribui para a uma vida de felicidade? Estas foram algumas questões existenciais as quais o filósofo escravo epiteto dedicou a responder em vida.

            Ele acreditava que o objetivo principal da filosofia era ajudar as pessoas comuns a enfrentar positivamente os desafios diários e a lidar com as inevitáveis perdas, decepções e mágoas da vida. Para este, quando a alma grita por socorro é sinal de que chegamos a um estágio necessário e maduro de reflexão sobre nós mesmos. Nesse estágio ele nos convida a não desistir, mas nos debruçarmos perante nossos pensamentos para sua total compreensão.

            Este filósofo, que viveu em regime de escravidão, exorta-nos quanto ao fato de que mesmo diante de problemas externos incontroláveis, sempre poderemos escolher nossas reações diante destes.E vai além ao afirmar que não são os problemas que nos causam sofrimento, mas nossas interpretações, ou seja, a forma como os encaramos.

        Por fim diz, a verdadeira felicidade é um verbo. É o desempenho contínuo, dinâmico e permanente de atos de valor. A vida em expansão, cuja base é a intenção de buscar a virtude, é algo que improvisamos continuamente, que construímos a cada momento. Ao fazê-lo, nossa alma amadurece. Nossa vida tem utilidade para nós mesmos e para as pessoas que tocamos. 
          Só há um caminho para felicidade, o conhecimento de si mesmo e a prática do bem comum (Ética), tudo o mais é ilusão.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Um desacato a Ciência




"Sigo o cientista filósofo, que não se encaixa em correntes ideológicas, que não teoriza seus viesses, que nada nega a princípio, mesmo que desafie suas crenças, que sabe que sua principal descoberta jamais será proposital, portanto reconhece que precisa experimentar a sorte, o erro e aleatoriedade".



Nada sei o que saberei. Eis  o drama da imprevisibilidade da vida. Tentamos a todo custo encaixa os fenômenos sociais na curva gaussiana. Nenhuma teoria social consegue prever o futuro, todas são narrativas de um recorte do passado com o olhar contaminado do hoje a partir de estórias de outros. Parafraseando o profeta, digo que tudo é Falácia de falácia, tudo é uma grande falácia. A ciência esta estéril com tanto academicismo metodológico, fixado nas regras, não no conteúdo e significado. Declino de teorizar a vida, seus encantos e desencantos, apenas aceito, observo e sinto tudo ao seu modo. Sigo o cientista filósofo, que não se encaixa em correntes ideológicas, que não teoriza seus viesses, que nada nega a princípio, mesmo que desafie suas crenças, que sabe que sua principal descoberta jamais será proposital, portanto reconhece que precisa experimentar a sorte, o erro e aleatoriedade.

sábado, 6 de junho de 2015

Fio da vida




Repentinamente o tempo sorriu para mim
Uma risada alta, volumosa, desconcertante
Lembrou-me de minha pequenez diante da vida
Da construção das galáxias e dos universos
De forma incisiva, direita, ríspida e penetrante
Uma navalha a deslizar em meu coração
O estridor em em sua voz jogava-me ao solo
Senti toda minha insuficiência arrogante desfazer-se
Congelei os dentes
Travei as pernas
Submergi ao subsolo de meus sentimentos
Recluso em minha diminuta existência
Preso ao pequeno fio da vida



sábado, 16 de maio de 2015

Onde está Deus?


Quando me fazem essa pergunta, devolvo com as seguintes reflexões:

Que poeta tens lido?
Que música o faz chorar de emoção?
Que lembranças te fazem sorrir?
Qual trabalho você mais faz com paixão?
De quem é o abraço que te acalma a alma?
Que pássaro mais admiras?
Que rosa inunda teu coração de amor?
Qual jardim te faz sentir no paraíso?
O que te faz sentir esperança?
O que te faz voltar a ser criança?


Deus está em todas essas possibilidades.Cada respiração pode ser uma oração, um culto e um milagre. Deus e EU somos um só, em um ato de humildade, amor e cumplicidade dinâmica. Deus não pode ser compreendido, apenas experimentado.

domingo, 26 de abril de 2015

Como superar o assitencialismo de forma real em épocas de crise?


                 










"Temos que iniciar a substituição do assistencialismo para o empreendedorismo social, promovendo desenvolvimento econômico independente do Estado, de forma auto-sustentável, ética, e com grande impacto na alavancagem social de comunidades carentes"



São indiscutíveis os avanços e ganhos sociais da política assistencialista brasileira implantada nos últimos 15 anos, o cenário do país na ocasião tinha poucas soluções e condições para promover o bem estar social coletivo de forma tão acelerada. Contudo, vivenciamos atualmente alguns aspectos negativos desse puro esforço assistencial, como a dependência excessiva do Estado no financiamento e soluções de todas as mazelas sociais. Assim, sem alternativas, em um cenário de crise econômica, pode ocorrer um colapso social desse modelo a ponto de colocar em xeque todas as conquistas da última década, culminando com geração massiva de desemprego.
A grande pergunta e incerteza que vivemos são quando o governo deverá iniciar a substituição da atual política assistencial e sua gama de programas para algo mais sustentável no longo prazo e que continue impactando vidas?
      A transição deve ser iniciada de imediato através de políticas de incentivo ao empreendedorismo social. Tendo como inspiração os trabalhos de Muhammad Yunus com sua política de microcrédito sem fins lucrativos em países pobres para o desenvolvimento econômico local, movimentando atualmente bilhões de reais com taxa de recuperação de 98%, outros setores foram reproduzindo o modelo como a saúde, educação e comunicação em todo o mundo.
         Os negócios sociais são empresas que ao invés de focar na maximização dos lucros, focam na maximização do bem estar de comunidades, com os lucros sendo revertidos no próprio desenvolvimento da oferta de serviços ou na abertura de novos negócios sociais. Difere das organizações não governamentais por serem auto-sustentadas, não dependendo de financiamento governamental. Difere também de serviços populares, pois a idéia é entregar produtos de alta qualidade a grupos específicos populacionais com baixo custo, e os lucros e dividendos não são divididos entre os acionistas, mas reinvestidos em melhorias sociais.
          Empresas sociais na saúde e educação são alternativas para ofertar serviços de alta qualidade e baixo custo para populações carentes, sendo auto-sustentável, promovendo desenvolvimento local com aumento de empregos e impactando vidas com a oferta de serviços essenciais. Ao mesmo tempo é uma solução adequada para superar a crise que vive esses dois segmentos de grande carência e complexidade.

         Temos que iniciar a substituição do assistencialismo para o empreendedorismo social, promovendo desenvolvimento econômico independente do Estado, de forma auto-sustentável, ética, e com grande impacto na alavancagem social de comunidades carentes.
               .

domingo, 12 de abril de 2015

Entenda a Lei da Terceirização sem viés ideológico









O que é terceirização?


Terceirização significa a contratação de terceiros, por parte de uma empresa, para realização de atividades gerais (Soares,A.J).O sentido de “terceiro” no fenômeno da terceirização não se resume a sua conotação jurídica (aquele que é estranho a uma relação jurídica entre duas pessoas), mas ao significado usado no campo da administração de empresas: aquele outrem, para quem é descentralizada as atividades da empresa (Delgado, M.G)

Qual a vantagem de Terceirizar?

A curto prazo um contrato de terceirização sempre é mais oneroso que contratar diretamente, contudo, com a especialização das empresas em determinados nichos, é possível no médio/longo prazo uma otimização de custos (eficiência) e desburocratização de processos.Contudo a principal vantagem para qualquer empresa, no mercado competitivo atual, é fazer a com que esta se concentre em "seu negócio", permitindo gerir melhor seus produtos. 

Onde ocorre terceirização?

Em vários setores além de limpeza e segurança (o que a maioria vê). Todas a montadoras de veículos possuem diversas empresas terceirizadas, uma se concentra no pneu, outra no motor, outra no câmbio,etc..a mesma coisa ocorre em celulares, computadores e empresas como a Nike que apenas gerenciam a marca sem possuir nenhuma indústria. Com a exigência atual dos consumidores e o crescente conhecimento cientifico, fica impossível uma única empresa ser detentora de todo conhecimento e habilidades necessárias para entrega de produtos.

A lei acaba com concurso público?

Não. A lei refere-se a SOCIEDADES EMPRESARIAS, o que exclui órgãos públicos,autarquias e fundações.

A lei reduz direitos trabalhistas?

Não. As leis trabalhistas para o terceirizado são as mesmas para o contratato direto regidos pela CLT, inclusive com a segurança que a empresa tomadora do serviço responde subsidiariamente ou solidariamente por isso, tendo o dever de fiscalizar a empresa contratada.

A lei reduz emprego?

Não é verdade. Ao contrário, a lei aumentará o emprego pois tirará muita gente da informalidade, como "PJtizações", muito comum na área da saúde, por exemplo. Além disso, fomentará a criação de várias  pequenas empresas que poderão se especializar em determinados setores  e ofertar seus serviços com melhor qualidade, gerando mais receitas para o Estado, consequentemente mais emprego e retorno social para a população.


Porque terceirizar atividade-fim?

No cenário atual, faz-se necessário, por exemplo, em uma grande construção, a empresa responsável ter que contratar empresas de engenheria especializadas em determinados setores, de TI da mesma forma, hospitais contratar serviços médicos ultraespecializados, e assim várias outras industrias necessitam "comprar" certos conhecimentos mesmo sendo em suas atividades fim. 



Existe algo que pode ser melhorado na lei?

Sim. Melhor definição de atividade fim e meio e maior clareza na aplicação em empresas públicas e sociedades de economia mista devida a essas últimas serem muito vulneráveis ao cenário politico com apadrinhamentos e afins. Apesar que a atual regra também não vem driblando isso, só lembrar os escândalos do BNB, BNDS, Petrobras, Correios, Caixa, entre outras. Poderia ser uma oportunidade de repensar melhor sobre essas grandes Estatais, pois a atual relação muitas vezes tem sido danosa  e onerosa a população.






quinta-feira, 2 de abril de 2015

Uma paixão de cristo diferente.












...porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo ( João 4:4)






          Entre jejuns e sacrifícios típicos do período, esse ano resolvi ver a páscoa por uma nova perspectiva. Ao invés de me ater ao sacrifício, dor e martírio de Jesus humano, decidi ver todo esse cenário pela ótica que  cristo realmente quis que víssemos. Afinal, qual foi o último ato de Jesus as vésperas de sua prisão? Como reagiríamos diante da iminência da morte?

          Bom, Jesus novamente vai de encontro ao senso comum diante dessas situações, ao invés de recolher-se a solidão e refugiar-se lamentando a dor da traição, ele resolveu fazer um grande banquete que popularizou-se como a santa ceia. Resolveu está entre os que ele amava, sentir pela ultima vez a doçura do sorriso humano com o tempero de uma deliciosa refeição e bom vinho!!

         Fico imaginando Jesus bebendo e comendo fartamente naquela noite, contando histórias e motivando seus discípulos a amar a vida, sua mensagem afinal era que vale a pena viver, vale a pena está entre os que amamos!! Ele ainda nos alerta que certamente ocorrerão tropeços nas relações humanas, que é natural, contudo a todos é dado um grande poder chamado perdão!! Sim, a capacidade de perdoar é um dos maiores poderes do ser humano, pois nos liberta do cativeiro da dor passada para vivermos um presente pleno e um futuro repleto de esperança.

       Não era propósito de Jesus o foco em sua morte real e no sacrifício, vejo a paixão como uma oportunidade de focar o próximo, de nos doarmos mais para construção de um mundo mais justo e humano. Vejo ainda na paixão um homem que nos convida a vivermos com plenitude equilibrada e de forma amorosa, com fervor na relações humanas e familiares. 

        Na cena de seu sacrifício, há ainda uma mensagem muito especial: Cuidem uns dos outros, mantenham-se unidos, amem o  oprimido, lutem pela justiça social e vocês participarão do grande banquete comigo em breve!!

          Há muita Vida na morte de Jesus para ficarmos tristes, com isso ele nos convida a ter abundância, sermos felizes e ceiar com pessoas amadas de forma farta e alegre. Nessa ceia não jejuarei, ao contrário, celebrarei com minha família o precioso dom da vida. Não verei a morte como um ser humano, mas sob a perspectiva do nazareno que disse:    

" No mundo tereis aflições, mas mantenham o bom ânimo, pois eu venci o mundo" ( João 16:33)