domingo, 20 de julho de 2014

Considerações de um jovem Pai








Pergunto-me se é o pai que cuida do filho ou este que resgata aquele de sua própria escuridão?

Ser pai e mãe é brincar de Deus. É perceber como este afaga e cuida de nossa mais íntima humanidade.

De repente descobri que o  auge de nossa  fé e sabedoria é quando somos recém-nascidos, com o tempo tendemos a nos transformar em fortaleza vazia, vitimas de determinantes que muitas vezes não entendemos, afastando-nos da verdadeira felicidade, descansar serenamente nos braços do pai  ainda que desconhecido.


A gloria, beleza e sabedoria de Deus são representados pela tríade pai, mãe e filho.Um ternário equilátero, com um único axioma: O amor.


O que é  a morte natural  senão um brinde da vida ao nos fazer retornar ao silencioso aconchego do colo de uma mãe.


Quem possui completa convicção de suas ideias, pensamentos e ações tem vocação para déspota.Ao contrário, permito-me ser contraditório, sinto o hoje, quem sabe amanhã o que serei? Um talvez nos enormes bosques da vida.


Como deve ser chato e cansativo  pensar em um céu repleto de adultos, seria um inferno certamente. Penso que lá todos devem ser crianças correndo em grandes e belos bosques, com cristo nos ajudando  a subir e descer em frondosos galhos de arvores.


Toda criança nasce para transformar o mundo para melhor.Uma pena que os adultos não as deixem  livres para desenvolver sua verdadeira missão na terra. São podadas  precocemente e imersas em nossos traumas e crenças limitantes.

Toda criança traz consigo a promessa de um mundo melhor.Pena que os adultos as convencem do contrário...

O problema dos adultos é que eles esquecem de ser crianças...


sexta-feira, 18 de julho de 2014

Sem inovar não dá para continuar SUS!

             




             A atual estrutura de saúde pública tem sido sustentada por anos praticamente de forma inalterada.Ao longo da instalação incipiente do sistema único de saúde foi consolidando-se um plano de assistência “pobre para pobres”, tendo seu ápice a recém implantação do programa “mais médicos”.
     De forma desordenada, gestores de todo o Brasil tentam a  todo custo manter a velha estratégia de saúde da família, apenas com novas roupagens, mas ainda focada no aumento do volume de produção e no marketing político, sem agregar definitivamente valor ao paciente. 
      A decadente política esquece um principio básico: para construir novos resultados, é preciso mudar a estratégia. Na verdade, a chamada rede de atenção a saúde  consiste em um emaranhado de serviços fragmentados, onerosos, sem complementaridade de linhas de cuidado e sistematização. 
    Em saúde, tudo que não agrega valor aos pacientes deve ser considerado como desperdício. É preciso fazer sempre  a pergunta: esse processo realmente agrega valor ao paciente? Se a resposta for não, a operação dentro do processo deve de imediato ser substituída, corrigida ou eliminada de forma muito honesta e transparente. Essa simples pergunta, quando bem aplicada, é capaz de realizar uma intensa transformação dos sistemas de saúde.
     É preciso desconstruir por completo o atual modelo de atendimento da atenção básica, abandonando a ilusão de velhos clichês e jargões acadêmicos para apresentar melhorias concretas, mensuráveis, com foco em resultados e, principalmente, voltados para as necessidades dos pacientes, traduzidos não em números de cadeia produtiva, mas em qualidade de vida e retorno as atividades funcionais dos usuários, ou seja, resultados que realmente importem a estes.
    Qualquer melhoria em um sistema de saúde sem uma centralização de todos os serviços localmente em uma única unidade de gestão como ocorre nos modelos atuais é árdua e dispendiosa. Sem isso, toda discussão sobre redes de atenção são vãs. 
    Após a centralização e o devido realocamento de linhas de cuidado, o segundo passo seria retirar o foco do volume de produção de atendimento para atuar nas condições de saúde dos pacientes, agregando cuidados a grupos com necessidade similares e times de atenção integral.
    Consiste uma hipocrisia velada e histérica  afirmar que o foco está no paciente sem a existência de mensuração dos resultados obtidos das condições de saúde destes. É preciso ter coragem para substituir o paradigma da produção e demanda imediata para o manejo das reais necessidade dos usuários do SUS.
        Estima-se que 70-80% da população brasileira dependa exclusivamente do sistema publico de saúde. O setor carece de ideais inovadoras e de executivos de saúde atuando de forma profissional, blindando o segmento de interesses particulares de grupos políticos. Neste campo, querer demonstrar serviço partidário é extremamente lesivo a população, tanto do ponto de vista orçamentário como de mortalidade.