quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Celui qui regarde à l'extérieur, rêve ; celui qui regarde à l'intérieur, s'éveille


Celui qui regarde à l'extérieur, rêve ; celui qui regarde à l'intérieur, s'éveille (Carl Jung)







Les enfants, dans leur pure innocence, ne s'identifient pas dans le miroir ; ils n'associent pas le "Moi" à l'image spéculaire qu'ils observent. Selon certaines perspectives, la folie humaine commence précisément au moment où nous commençons à nous identifier dans notre reflet. En associant notre "Moi" à une image reflétée, qui n'est qu'une fraction de la complexité de l'Être - excluant les organes non visibles, les processus physico-chimiques, les sensations, les perceptions, et l'immensité de notre vie intérieure - nous entamons un dangereux voyage vers l'aliénation de notre véritable essence.

Cette réflexion nous amène à questionner : Et quand le monde commence-t-il à déterminer ce que cette image reflétée devrait être ? Quel est l'impact sur l'Être, sur la perception du monde, sur les émotions ? Le monde moderne, avec ses réseaux sociaux et son bombardement incessant d'images et d'attentes, semble ne pas s'intéresser à l'être dans sa totalité. En manipulant l'idée que nous avons de nous-mêmes, basée sur des reflets partiels, il nous contrôle de manière étonnamment efficace. De là naît une profonde angoisse, issue de la déconnexion entre ce que nous sommes, sans pleine conscience, mais d'une certaine manière en ressentant, et ce que nous devrions être, ou quel type d'image nous devrions projeter.

La vie sur les réseaux sociaux se présente souvent comme un vaste désert existentiel, rempli de zombies spirituels qui, par-dessus tout, craignent de confronter la vérité sur ce qu'ils sont réellement ou deviennent. Ce scénario reflète un spectacle d'existences vides, où les images prévalent sur la substance.

Les jeunes, dans leur vulnérabilité, sont particulièrement susceptibles à cette distorsion, car on ne leur a pas enseigné que l'image dans le miroir ne les représente pas dans leur intégralité. Si la philosophie leur était enseignée, l'art de questionner et de réfléchir sur l'essence des choses, peut-être que les voix bruyantes qui façonnent leur image spéculaire n'étoufferaient pas tant leur perception du monde et d'eux-mêmes. Une éducation qui embrasse la philosophie comme outil de connaissance de soi pourrait servir de boussole, les guidant à travers les tempêtes d'images et d'attentes, vers un havre de sécurité d'authenticité et de liberté intérieure.

La véritable folie, donc, réside dans la croyance que nous sommes uniquement ce que nous voyons reflété, ignorant les profondeurs inexplorées de notre être. Reconnaître et embrasser cette complexité est un acte de courage, un premier pas vers la libération des chaînes invisibles qui nous lient à une existence superficielle. Ce n'est qu'en plongeant dans les eaux profondes de notre propre essence que nous pouvons commencer à entrevoir la véritable liberté, une liberté qui n'est pas définie par des images ou des attentes, mais par l'authenticité de notre être.

Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta


      
Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta (Carl Jung)

Por: Breitner Chaves, MD, PhD






            Crianças, em sua pura inocência, não se identificam no espelho; elas não associam o "Eu" à imagem especular que observam. Segundo algumas perspectivas, a loucura humana se inicia exatamente no momento em que passamos a nos identificar em nosso reflexo. Ao associar nosso "Eu" a uma imagem refletida, que é apenas uma fração da complexidade do Ser - excluindo órgãos não visíveis, processos físico-químicos, sensações, percepções, e a imensidão de nossa vida interior - iniciamos uma perigosa jornada rumo à alienação de nossa verdadeira essência.

            Esta reflexão nos leva a questionar: E quando o mundo passa a determinar o que essa imagem refletida deve aparentar? Qual o impacto disso no Ser, na percepção do mundo, nas emoções? O mundo moderno, com suas redes sociais e incessante bombardeio de imagens e expectativas, parece não se interessar pelo ser em sua totalidade. Manipulando a ideia que temos de nós mesmos, baseada em reflexos parciais, ele nos controla de forma surpreendentemente eficaz. Surge daí uma angústia profunda, nascida da desconexão entre o que somos, sem plena consciência, mas de alguma forma sentindo, e o que devemos ser, ou que tipo de imagem devemos projetar.

            A vida nas redes sociais, muitas vezes, apresenta-se como um vasto deserto existencial, repleto de zumbis espirituais que, acima de tudo, temem confrontar a verdade sobre o que realmente são ou estão se tornando. Este cenário reflete um espetáculo de existências vazias, onde as imagens prevalecem sobre a substância.

            Jovens, em sua vulnerabilidade, são particularmente suscetíveis a essa distorção, pois não lhes foi ensinado que a imagem no espelho não os representa em sua totalidade. Se a eles fosse ensinada a filosofia, a arte de questionar e refletir sobre a essência das coisas, talvez as vozes ruidosas que moldam sua imagem especular não sufocassem tanto sua percepção do mundo e de si mesmos. Uma educação que abrace a filosofia como ferramenta de autoconhecimento poderia servir de bússola, guiando-os através das tempestades de imagens e expectativas, em direção a um porto seguro de autenticidade e liberdade interior.

            A verdadeira loucura, portanto, reside na crença de que somos apenas o que vemos refletido
,incluindo em perfis da rede sociais ou avateres, ignorando as profundezas inexploradas de nosso ser. Reconhecer e abraçar essa complexidade é um ato de coragem, um primeiro passo para se libertar das correntes invisíveis que nos prendem a uma existência superficial. Somente ao mergulhar nas águas profundas de nossa própria essência podemos começar a vislumbrar a verdadeira liberdade, uma liberdade que não é definida por imagens ou expectativas, mas pela autenticidade de nosso ser.