quinta-feira, 31 de maio de 2012

O SUS que queremos

                       


                             Hospitais lotados, profissionais desestimulados e pacientes humilhados. Esta é a tríade mortal do Sistema Único de Saúde (SUS). Em Fortaleza, por exemplo, aproximadamente 2.400.000 pessoas dependem exclusivamente do SUS. Afinal, onde esta a solução para otimização desse sistema que, em sua essência, é o mais complexo e belo do Mundo.
                           O SUS foi construído ao longo de décadas por movimentos populares e sociedade civil organizada, estes romperam com velhas estruturas que não viam a saúde como um direito de todos e dever do Estado. O movimento da reforma sanitária lutou, portanto, para a existência de um sistema universal, integral e equânime em todo território brasileiro. Entre outras medidas para se atingir tal ensejo, ficou estabelecido  conselhos compostos por usuários e trabalhadores, constituindo um espaço de deliberação e construção permanente dos sistemas de saúde em suas respectivas esferas. Os conselhos de saúde seriam a voz do povo no comando de suas prioridades no setor. 
                            Não obstante, o que se observa atualmente é que embora a população do Estado do Ceará (87%) seja em sua maioria dependente do SUS, está alienada da condução dos processos de saúde. Os conselhos estão aparelhados politicamente para que a máquina funcione conforme os interesses partidários, não do povo.Os que lutaram outrora pelo SUS, agora oprimem a população e verticalizam suas decisões sem anuência da sociedade
                          A parcela pensante que possui plano de saúde privado está cooptada, sem entender ou não se sentir parte desse processo, não compreendendo que sua omissão repercute diretamente na sua propria qualidade global de vida. A vida é o que nos torna vivos, pensantes e revolucionários, prioriza-lá é um imperativo, a sociedade precisa tomar posse de suas ferramentas de controle social para a transformação da realidade anômala que se apresenta como real.
                              Existe realmente um subfinanciamento do setor, não por falta de recursos, mas por falta de prioridade para com a Saúde Pública. Aos poucos, o SUS vai ganhando uma cara longe dos seus ideais, não Universal, mas "seletista", verticalizador e opressor.Os programas Federais voltam com toda força, sem respeitar peculiaridades regionais, um vergonhoso retrocesso histórico.
                                A população precisa ir as ruas novamente, intervir na sua realidade, deixar de ser manobra partidária de interesses particulares. Enfim, sair do atual estado de subjugação e fazer os atuais políticos entenderem seu verdadeiro papel: Servir ao interesses da nação.O SUS somos nós, ele corre em nossa veias, não deixemos que ele se acabe  devido a uma hemorragia criminosa.