sábado, 31 de março de 2012

Incertezas



 
Se duvido, é porque ainda estou vivo
Se não creio, é porque ainda sou humano
Se luto, é porque ainda não fui vencido
Se ainda te amo, é porque meu coração é cinza e fogo
Ao teu lado inspiro a vida e expiro a glória do meu ser
Vivo e morro todos os dias
Dado está longe ou perto de ti
Se recordo ou esqueço teus afetos
Penso em ti, logo existo
Estrela flamíngera leve me para onde o vento guia
Na brisa fresca do desconhecido

sexta-feira, 30 de março de 2012

Meu "precioso" erro médico

                     




                      Raras vezes presenciei algum  discípulo de esculápio  confessar que cometeu um erro.Tal assunto é visto pela classe como um verdadeiro "tabu", ou um enigma simbólico do fracasso e despreparo profissional.Quando comete-se uma falha, esta é , de imediato, lançada ao núcleo central secreto do médico, tão intocável e intangível quanto o seu próprio orgulho. Leis não faltam para penalizar aquele que comete um deslize, o que favorece essa atitude introspectiva diante do assunto.
                            Infelizmente, o ser humano não é regido por variáveis matemáticas, a fisiologia raramente é prevista com a precisão de cálculos objetivos e frios.Por mais avançado que estejam os níveis de evidências que orientam a nossa conduta profissional, ainda nos deparamos diariamente com situações inusitadas, imprevistas, que nos obrigam a tomar decisões subjetivas. Não obstante, nem sempre  escolhemos a melhor conduta clínica para nossos pacientes.
                              Dessa forma, peço desculpas a sociedade, mas o erro médico de fato existe!! Erramos quando não fazemos a melhor escolha, quando não respeitamos as singularidades dos indivíduos, quando prescrevemos o medicamento mais caro e obsoleto, quando somos omissos , imperitos, negligentes e imprudentes. Erramos ainda quando aceitamos um sistema de saúde pública corrompido para todos os lados que direcionamos nosso olhar, quando menosprezamos o pobre sertanejo à  espera da morte em um corredor de hospital, erramos, ainda, quando a humanização diária deixa de existir. Por último, o erro mais comum é aquele que cometemos quando deixamos de fazer nosso melhor quando as circunstâncias nos permitem, ou deixamos de nos revoltar quando a situação exige uma atitude radical em prol da saúde coletiva
                               Temos que encarar o erro médico com serenidade, compartilhar as ações não exitosas para que os erros não sejam repetidos. Publicamos sempre experiências bem sucedidas, mas onde o jovem médico pode buscar auxílio para evitar os erros mais comuns? O bom médico sempre comete equívocos, ilude-se aqueles que pensam o contrário, errar é algo inato ao ser humano, com eles que aprendemos e nos aperfeiçoamos. Não faço apologia a falha, mas exorto a todos para refletirmos quanto as nossas atitudes.Tenhamos mais humildade e aceitemos nossa real situação, de homens e mulheres que ainda têm muito a aprender, e que ainda engatinham nas sendas da sabedoria da vida.

                        

sexta-feira, 16 de março de 2012

A ilusão do PROVAB

                

            O Programa de Valorização dos Profissionais da Atenção Básica (PROVAB) representa um retrocesso histórico no processo de construção da formação do  médico generalista, um dos pilares da educação médica da última década.Em absolutamente nada valoriza a atenção primária, sendo um grande equívoco a implementação de tal política.
             O nome do programa é inadequado para o que ele se propõe.Uma simples pergunta coloca em "cheque" a essência deste: Como a atenção básica é valorizada ao estimular a formação de médicos especialistas? Ainda mais lamentável foi observar tal política ser apoiada levianamente por maior parte das entidades médicas, mesmo conscientes do paradoxo que tal programa representa.
                    O nome real deveria ser "Programa de estímulo a aprovação na residência médica", pois assim explicaria melhor o propósito real deste. Entretanto, o Governo Federal vende uma ilusão aos recém formados e, principalmente a população carente, a qual pensa erroneamente que a atenção básica está sendo de alguma forma melhorada.
                     Por um lado, os investimentos em saúde sendo reduzidos  para permitir  aumentos de até 150% dos cargos do executivo e legislativo, por outro, um Governo que tenta, a qualquer custo, interiorizar a Medicina sem construir nenhuma política eficaz para tal feito, apenas desenhando um quadro com pincéis da mentira. Mais uma medida temporária e infeliz, contrariando uma política sólida de educação e interiorização da medicina que vinha sendo construída. Portanto, sem criar condições adequadas de trabalho  e sem respeitar a legislação trabalhística, os gestores nunca terão médicos suficientes no interior, tão pouco a população terá um atendimento consonante com os princípios basilares do SUS.

sexta-feira, 2 de março de 2012

A origem da ciência


                     




                         O que sou? De onde viemos? Para onde vamos ? Eis as principais questões científicas da história da humanidade, que de tão buscadas, deram origem a todas as ciências. Observações ocasionais, casuais, acidentais e até mesmo propositais estimularam todo o desenvolvimento do atual método científico, mas tudo é variação das perguntas feitas inicialmente, as quais foram o tripé de todas as descobertas humanas, direta ou indiretamente.Muitos perderam-se no caminho e passaram a dedicar-se as consequências, mas outros ainda permanecem com olhar fixo e dedicado aos questionamentos originais. Poucos em vida obtiveram plenamente essas respostas e atingiram tal nível de consciência. O ser que somos diz de onde viemos e até aonde chegaremos, pois tudo que existe acima , também há em baixo.Tenhamos fé  e esperança, com observações perseverantes e espirito livre atingiremos nossos objetivos em vida.