terça-feira, 3 de novembro de 2015

Diálogos de uma lápide.



                        





                           Muitos temem pensar em  seu fim, mas entendi que eu sou um hiato entre a vida e a morte. Resolvi escrever poesia após compreender que mais importante que "salvar vidas" é cuidar de todas as formas de vida. Resolvi pensar no que estará escrito em minha lápide para moldar todo meu comportamento nessa passagem. Lá é onde escrevemos nossa ultima poesia, aquilo que foi mais importante  para você em vida, por isso é um assunto que levo muito a sério. Parei de sofrer com o carpe diem, pois ele gera  muita ansiedade, prefiro pensar como rubem alves, "há momentos efêmeros que justificam um vida inteira". Nesse momento estou em gramado, minha filha sorri ao levar as mãos aos olhos acreditando ficar invisível,  aponta sorrindo para as aves, imita todos os animais, esconde-se entre colunas, ensaia um "papa"... são pequenos momentos como esses  que tornam a vida eterna. Uma pena  que poucas pessoas escolherão a ultima poesia, a última sonata. Depois de muito pensar decidi, quero que em minha lápide esteja escrito assim:

                   "Aqui adormece um homem que devolve a natureza a beleza que ela lhe emprestou
                                                                 Dialogou com a vida
Foi amante da terra e dos pássaros
Encantou-se com todas as sutilezas das vegetações
Queimou de paixão
Amou, amou e amou"


Um comentário:

  1. Meu Ir.'. fiquei muito emocionado com esse texto porque sei que lhe brotou da parte mais pura de seu espírito. Parabéns!
    E o Epitáfio, é o mais lindo dos epitáfios que jamais quero ver.
    Que GADU siga lhe protegendo e iluminando. T.`.F.`.A.`.

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