quarta-feira, 13 de abril de 2016

Folha em branco?







Insisto em contradizer cientistas e religiosos, 
definitivamente não nascemos sendo uma folha em branco. 
Ao contrário,  carregamos já ao nascer uma bela história desenhada em nossos corações. 
Declamamos nossa poesia nata a cada respiração, a cada sorriso ou choro. 
Se todos pudessem reler a história pessoal original, 
aquela que já é trazida no intimo antes do primeiro esplendor.
Como gostaria que fossemos impostos a menos vírgulas e pontos em nossos escritos interiores.
Que as reticências inconclusas de relações incertas fossem completadas ou substituídas por predicados  mais amenos e afetuosos.
Se existissem menos interrogações alheias e mais exclamações vivas! 
Mais escolhas em favor da vida, não da sorte, do infame acaso que insiste em randomizar as letras de nossa própria narrativa. 
Como seríamos mais felizes se apagássemos as letras tortas, aquelas que insistem em relacionar nossa alegria as expectativas do outro, amargando o agora.
Como seria bom se tudo pudéssemos, sem medo de arriscar, de errar, voaríamos alto, longe, distante, ao som tranquilo do vento e perto do calor acolhedor do sol.

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