Um amigo me perguntou o que seria o presente dado que somos energia em transformação rumo a finitude do ser?
Eu disse, é verdade que somos energia e matéria condensados regidos por um pequeno código chamado DNA que regula e determina nosso processo biológico implacavelmente,ou seja, o nascer, o crescer e o morrer. Prefiro, entretanto, pensar a vida como um rio.
Assim, o presente nada é que um instante de um rio em movimento que invariavelmente vai se encontrar com o mar. Esse instante, o presente fugaz, pode ser tão alegre, elevar tanto nossa potência que frequentemente nos faz crer na maior de todas as ilusões, a felicidade. A ideia de felicidade vem do inconformismo inconsciente diante do fim de momentos de alegria, desejamos eternizar aquele momento, mesmo criando uma ilusão inalcançável.
Por outro
lado, esse instante também pode ser triste, doloroso, e muitas vezes o é. As aguas do rio fazem curvas afiadas e confrontam cachoeiras turbulentas. A tristeza é rapidamente percebida e sentida.
Alegria e tristeza. Esses dois afetos são inseparáveis do rio da vida.
A ansiedade
muitas vezes vem do apego a memória da alegria passada e do medo do instante seguinte ao
presente. Afinal, quando sera a proxima curva? A depressão, por sua vez, pode se instalar profundamente quando não se percebe mais
beleza nas águas nem na orla desse rio. Que bom quando temos amigos que nos
apontam pontos de beleza na jornada e que podemos compartilhar momentos efêmeros de alegria. Esses momentos nos abastecem de coragem para continuar à viver.
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